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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ANÁLISE: UFC 142 - Aldo VS Mendes


Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Pode até ser verdade tendo por base leis da natureza, as quais desconheço. Mas em se tratando de MMA e Rio de Janeiro, a vida real parece seguir o ditado a risca. O UFC voltar ao Brasil tão rapidamente e o resultado ser ainda melhor, parecia estimativa que nem os mais otimistas twiteiros teriam coragem de postar. Trovão e impacto ecoaram ainda mais alto que ano passado, num card tão inferior no papel, e tão mais explosivo no octagon. Quase como se o destino tivesse posto o bebê MMA no colo e servido doses de sorte numa colher dourada. Agressividade, beleza, surpresa e catarse desafiaram as leis da física e ocuparam o mesmo espaço dentro do HSBC arena nesse UFC 142. Apresentações estelares de atletas consagrados, o nascimento de um novo astro e o renascimento de um superstar. MMA brilhou intensa e incansavelmente nesse segundo UFC no Rio de Janeiro ofuscando mais uma vez o olhar obtuso do preconceituoso.

José Aldo VS Chad Mendes

Não me importo com o que lutadores acham dos meus textos. Se ficam felizes ou tristes com o que escrevo. Não sou jornalista, se alguma coisa, mais um artista e é em palavras que consigo criar. Eles fazem o que querem e podem e eu escrevo o que acho que vi. Recentemente tenho exposto despudoradamente meu descontentamento com as péssimas performances de José Aldo desde sua entrada no UFC. Lento, arrastado, medroso, agarrado ao cinturão que nem mãe ao condenado. Já estava com a análise quase que pronta na cabeça antes mesmo da luta. Um Chad Mendes veloz, invicto e sem vergonha nenhuma de derrubar e acelerar no gás sobre o campeão para arrancar uma vitória sem alma e por pontos, era meu texto. Só que nunca devemos duvidar do gênio. Será que Nelson Rodrigues questionou Garrincha, Armando Nogueira questionou Pelé, Galvão Bueno questionou Senna? Não faço idéia, mas eu questionei José Aldo e tive minhas preconcepções desmanteladas com uma joelhada a 1 segundo do fim do primeiro round. E o mesmo golpe que derrubou Chad, me colocou de pé, contente por ter cometido equivoco tão grosseiro.

Não estava torcendo por José Aldo. Não torço por lutadores em específico, mas há quase uma fissura de exceção em eventos no Brasil. Precisamos desses resultados positivos. O Brasil precisa demais do MMA, seja como veículo de inclusão social, oportunidades de emprego, investimentos e tantas coisas positivas. Mas ainda é um país quase ingrato que vira a cara para o filho de sangue como se fosse um bastardo indesejado. Agora, depois de dois mega eventos, ainda vira um pouco o rosto e fecha um olho, mas deixa o outro fitando tudo, meio como quem não quer nada. Está sendo seduzido aos poucos, se apaixonando lentamente por aquilo que deveria amar de graça. Anderson, Minotauro, Shogun, seguidos por Aldo, Belfort, Barboza e tantos outros estão ajudando a fazer a diferença. Em evento do UFC no Brasil continuo não torcendo para lutadores em específico, mas torço pela nossa bandeira. Não por patriotismo, por acharmos que somos nós contra o mundo ou nada disso, mas porque é muito importante para a nação o resultado dessas lutas. Chegará um dia em que o esporte será entendido e respeitado independente de nacionalidades. Por aqui, isso ainda não aconteceu, então que Aldo continue lançando o joelho na cara de quem tiver coragem de nos desafiar em nosso território, e é isso aí.

Em suas duas defesas do cinturão do pena no UFC, Aldo estava grande. Deltóides enormes não característicos de seu corpo em dias de luta. Coincidentemente esteve lento. Pederneiras afirmou que a preparação e corte de peso de José Aldo não se dá pela desidratação feroz originalmente usada por wrestlers americanos, e atualmente por grande parte dos lutadores de alto nível abaixo do peso pesado. Declaração que derruba a teoria de que houve em suas lutas anteriores necessidade de grande perda de líquido por opção dos treinadores, e sim mais por conta de algum erro ou problema na preparação. Um resfriado, por exemplo, pode comprometer todo o processo de diminuição de peso, ainda mais quando acontece perto do dia da pesagem, forçando o atleta a descansar e ingerir determinados medicamentos ou alimentos para se manter saudável, o que pode deixá-lo bem acima do peso ideal nas últimas semanas, forçando um corte mais severo. Cortes severos de líquido e peso afetam até os mais preparados, imagine o que não faria com Aldo não acostumado a esse processo. Mas essa é a minha teoria para explicar porque esteve tão maior muscularmente nas duas lutas anteriores e tão mais lento. José entrou leve, magro, com musculatura enxuta nesse UFC 142, como sempre se apresentou no WEC, e foi assim, em sua versão menor que voltou a ser letal.

Quando Aldo esteve mal venceu Hominick e Florian. Achar que deveria ter feito mais do que apenas vencido dois dos melhores do mundo dá a medida de seu talento. Todos caem um dia e o chão é o mesmo para a maioria, então é pelos momentos de grandeza que julgo os incríveis. E Aldo é um dos maiores de todos os tempos mesmo com tanto por fazer. Só vencer é insuficiente para quem pode desmantelar, só colocar vitória no cartel para quem pode escrever página relevante na história, só estar lá não é quase nada para quem pode ser eterno. E Aldo que vinha sendo fagulha, foi labareda. Fez fogueira de um risco do joelho na cara de Mendes, estalo e brilho, e se lançou no meio da multidão incandescente, ardendo no fogo que ele mesmo acendeu. Joana Dark incinerando sem amarras e sem dor. Um ídolo relutante, ruim de câmera, rasgado, mas que fala com os pés, cotovelos e joelho tudo o que realmente precisa ser dito.

Aldo tem cara de qualquer um, de cara comum, mas é especial. É ídolo e mostra na prática que são tantos os caminhos oferecidos, mas a verdadeira estrada que nos leva a algum lugar é criada por nós. Acordando mais cedo, trabalhando mais duro, negando o erro, buscando mérito, sendo fiel a ideais e pessoas relevantes. Aldo é um superstar que estava adormecido e escolheu reascender bem aqui, na nossa cara, quase que de propósito, quase como se tivesse combinado com o acaso. Tão incrível que muitos o querem no peso de cima. Para que? Aldo não faz o peso pena perder a graça, ele lhe confere relevância. Um campeão genuíno e para os que estão incomodados, batam o peso e caiam dentro. Subam ou desçam para o desafiar. Se ele pode mudar de peso, os outros também. Que sejam ousados e caminhem até a montanha, porque ela não precisa sair do lugar.

Chad Mendes é um burocrata do MMA. Uma das crias dos gametas filosóficos de Gerges St.Pierre. Derruba, controla e pronto. Acerta um mata cobra aqui e um estrangulamentozinho acolá, mas é esse pragmatismo sem alma e matemático que o faz tão perigoso. Quantos atletas se perfazem de emocionantes ao se lançarem em trocações desenfreadas, que nem bife se oferecendo ao garfo, até que acabam dormindo, ganham bônus de luta da noite e 5 anos depois estão desempregados? Chad sabe disso. E como quem sabe demais nunca está tranqüilo não dá chance para erro. Treina e executa tal qual máquina batendo pino. Mesmo com essas características não tem como vencer Aldo no auge sem a presença do Improvável da Silva. Cruzados distantes como náufrago acenando da ilha, tentativas de queda tímidas frente aquele joelho, quase como se prevendo o futuro, foi o máximo que o americano ofereceu.

Mendes foi nocauteado sob gritos e frenesi de um público enlouquecido, mas mostrou coração de campeão ao reconhecer com cordialidade a derrota. Coração que, para seu bem, seja suficiente para mantê-lo satisfeito, porque o cinturão mesmo não terá enquanto Aldo habitar a categoria. Continuará relevante e talvez mereça uma revanche ano que vem, já que não há muitos atletas capazes de tolerar sua explosão e força física. Aldo continuará reinando com a grandeza que estiver a fim. Magnânimo ou magnífico, apenas rei ou respeitado, estrela ou superstar. Depende dele muito mais do que de nós.

Vitor Belfort VS Anthony Johnson

Para entendermos o valor moral da vitória de Belfort, apresento um breve dossiê sobre seu adversário. Se Anthony Johnson fosse dentro das 8 grades o lutador que diz ser em coletivas de imprensa e entrevistas, já teria lutado pelo cinturão algumas vezes. E não confundir seu discurso prepotente com as bravatas quase cômicas, por vezes exageradas, de Chael Sonnen. Esse, apesar de falastrão e limitado tecnicamente, realmente sempre entra e faz seu melhor. Aguenta o tranco, apanha e não esmorece, ataca e parte para vencer. Johnson não. Perdeu por finalização para Koscheck depois de ser derrubado a esmo ao longo de longos e cansativos dois rounds. Ao fim da luta chamou o adversário de covarde, ( se covarde é quem nos vence honestamente, isso faz de nós o que? ) e não só afirmou que ninguém teria colhões de aceitar a troca franca com ele, como clamou por um adversário assim. A organização do UFC o colocou contra Dan Hardy, que vinha de nocaute e, apesar das inúmeras limitações técnicas e intelectuais, aceita a troca. Johnson então se pôs a derrubar o inglês, vencendo por pontos um combate onde nem pensou em desferir socos. Ao final, sob vaias, afirmou que não ligava para a insatisfação do público, que o importante era uma vitória no cartel. Contra Belfort aceitou lutar num peso acima do que costumava competir, corte mais fácil do que sempre fez já que descia de mais de 100kg para lutar no meio médio. Mas chegou no dia da pesagem quase 5kg acima do limite alegando complicações médicas. Boatos internos indicam que o atleta tentou se aproveitar do fato de não haver comissão atlética no Brasil. Assim seu excesso de peso poderia ser compensado apenas em desconto na bolsa, tendo grande vantagem contra o adversário no dia seguinte. Em estados com comissões, o peso excedente tem que ser perdido em algumas horas ou a luta é cancelada. O UFC, apesar de oficialmente não se manifestar nessa direção, viu como ato de mal caratismo e antiprofissionalismo de Johnson. Belfort, sempre profissional e também muito homem, aceitou e fez como grandes atletas fazem. Reclamam pouco e lutam mais. Coisa que Anthony não vai entender jamais. Após a derrota nesse UFC 142, Jhonson ainda disse que nenhum dos golpes do brasileiro o feriu, que não se sentiu pressionado e apenas cansou, por isso perdeu. Atleta que desmerece o adversário, vencendo ou perdendo, não tem valor e não irá longe. Aprendi isso quando ainda era faixa branca de karatê.

Belfort quando está bem treinado, com o maxilar trincado, afim, é um dos melhores que já existiu. Talvez o único lutador com reais chances de vencer, sem precisar contar com a sorte, Anderson Silva em pé. Disciplinado, moderno, entendeu que o limite da qualidade do atleta é dado pela qualidade daqueles com quem treina, com quem aprende. Tantos ainda atrelados a companheiros de longa data que não tem mais o que ensinar e Belfort importando treinadores. De acordo com ele, gastou com três dos melhores do mundo pouco mais de $100,000 em três meses. St.Pierre vem ao Brasil treinar jiu-jitsu com Roger Gracie, Jose Aldo já treinou boxe com Freddie Roach e muay thai com Andy Souwer. Mas independente da qualidade de quem ensina está a capacidade de quem aprende, e Vitor não ganhou precocemente o apelido de fenômeno a toa. Em meses de treinamento de karatê já incorporou movimentação lateral, entradas e distâncias em seu jogo. Ninguém aprende tanto em tão pouco tempo como ele. Um atleta em constante evolução técnica que tinha em seu coração, o grande ponto fraco. Em todas as lutas em que sofreu pressão, foi ferido, acabou perdendo de modo melancólico. E para a instabilidade emocional de todo no peso médio, isso não parece mais ser problema. Foi jogado de cara no chão, levou um direto de cima pra baixo de um lutador com real poder de nocaute, teve o olho esquerdo completamente fechado em segundos, agüentou, virou a luta e venceu.

Tem golpes que para agüentar é preciso mais do que queixo, é preciso uma partícula microscópica e tão poderosa, virtude perdida hoje em dia para maioria das pessoas independente de profissão, chamada vontade. Em MMA costumeiramente chamamos de raça, mesmo. Belfort sempre teve pedigree, mas pouca raça. Era o link que faltava e não falta mais, a corrente está completa, o motor pode acelerar a máxima potência e vamos poder vê-lo em seu auge apenas agora. Pela primeira vez o melhor de um dos melhores aflorou, plantado faz tanto tempo, germinou aqui no Brasil, no solo mais fértil. Agora parece que a criatura está pronta, a metamorfose completa. Um atleta assombroso, veloz, tenaz, destrutivo, genial e com o coração inflado. Wanderlei pediu tanto por essa revanche, mas não tem a menor chance. Belfort sabe, os fãs sabem, mas fingem que não para ter graça, a imprensa sabe, mas diz que não para não criar antipatia e, principalmente, Wanderlei sabe. Sua performance no UFC 142 foi discurso feito de hematomas e lágrimas sobre superação, sobre continuidade, perseverança. Ricos ou pobres, com mais ou menos chances, todos terão oportunidades de sair do rumo, de abrir mão dos sonhos, de fraquejar, de desistir. Sempre que vejo alguém bem sucedido tento não pensar no que ele teve que eu não, e sim onde ele perseverou e eu falhei. Belfort saiu desse UFC 142 com apenas um lutador no peso genuinamente mais perigoso que ele, Anderson Silva, o maior lutador de todos os tempos. Essa revanche vai acontecer, todas as outras lutas serão apenas um prelúdio para o combate do século.

Toquinho VS Mike Massenzio

Toquinho é um personagem intrigante. Não parece que muitos pensamentos transitam pela sua cabeça nem parece ser o mais veloz em raciocínio, mas sua qualidade na luta de chão é espetacular. Quase um autista que toca Beethoven. Transições de solo tão criativas e precisas que são quase uma forma de arte e seu carisma faz qualquer vitória parecer grande triunfo. Quem conhece sua história sabe que ele merece coisas boas nessa vida, e que tire tudo o que puder do MMA. Alguém que passou por tantas dificuldades na infância quanto ele, não se deixar embriagar pelo alcoólico mel que só a fama produz, fazer trabalhos comunitários, treinar todos os dias, respeitar seus mestres e sua família. Toquinho é único. Quando está no octagon vejo mais do que um atleta, vejo um exemplo. Suas vitórias são sempre contundentes e por mais que essa no UFC 142 tenha sido estratégica para a sua carreira e MMA no país, foi sobre um adversário medíocre que não tinha muito a oferecer.

Massenzio tinha perdido 4 lutas em suas últimas 7 antes dessa no Rio. Atleta irregular, com muitos médios e baixos, sem nenhum alto. Entrou assustado com a torcida, com o adversário, não dá para precisar. Talvez impressionado pelo histórico recente do brasileiro não afrouxar as chaves de pé quando encaixa, bateu um micro segundo depois de ter sua perna enlaçada pelo adversário. Se é para que tire alguma coisa de positiva dessa sua participação medíocre, não voltou mancando para casa.

Toquinho é pequerrucho e se enrosca pelos tornozelos que nem erva daninha. Tentar nocauteá-lo é como martelar um prego que já está afundado na madeira. E se ele cair vai ficar perto do pé e as coisas só pioram. Ele quando pega arrocha mesmo, vai para quebrar. Não faço julgamento de valor. Mais do que querer, precisa ganhar. Vai com sede demais ao pote e acaba estilhaçando alguns. Pega para arrancar, é dele. Num Japão feudal toquinho levaria literalmente pernas para casa, penduraria na parede e viveria satisfeito num latifúndio cheio de valentes mancos. Seu olhar é fundo demais, de quem viu mais do que deveria ter visto nessa vida. Enterrado no meio da cara estão os olhos de quem olha as coisas diferente dos outros. Não sei se é maldoso ou apenas bobo. Às vezes acho que é um, às vezes outro. O que realmente posso afirmar é que uma luta dele contra Maia já está na lista das coisas que quero assistir antes do fim da vida.

Edson Barboza VS Terry Etim

Etim é lutador esforçado mais do que habilidoso. Aceita a troca muito mais por vaidade e compromisso com ataque, do que tática ou chance real de superar seu adversário. Barboza é um dos mais perigosos lutadores de muay thai no MMA. Isso não tinha como dar em boa coisa para o inglês, mas a luta estava amarrada e sem emoção. Edson vinha vencendo mornamente por pontos e se dava por satisfeito. Terry, que já havia levado alguns bons golpes, parecia contende em ainda estar de pá. E estavam os dois nessa paz armada até que o espírito de moleque, quase um erê, se apoderou de Barboza. Resolveu, 1 segundo antes do nada cunhar uma coisa revolucionária, fazer como fazia quando criança. Dar um daqueles golpes que via em filme, mas nunca daria certo na vida real. E quase brincando, quase que por zoação, fez demais. Girou com a precisão de quem tem olho no pé, estourou o calcanhar na têmpora do homem que caiu boneco, repôs a perna na posição e fechou a guarda, numa reverência a perfeição do que havia criado, como Mohamed Ali não tocou Foreman em seu caminho para a lona. Paciência do criador com sua criatura.

Um momento pode fazer a luta ser boa? Ou uma luta boa são minutos seguidos de emoção mesmo que falte um grande momento? Independente da resposta Edson Barboza acelerou o MMA em 10 anos num movimento. Fez pelo MMA o que Pettis fez anos atrás. Num esporte ainda tão indecifrável para alguns, onde tantas explicações se fazem necessárias, um golpe, um momento, segundos que mostram mais do que tudo e cabem em qualquer noticiário, qualquer cérebro, formato, valem por trilhões de mensagens de texto, milhões em propaganda, horas e horas de entrevistas, escritórios do UFC num país. Um chute giratório que tombou junto com Etim restrições que alguns sites de esporte tinham em cobrir MMA. Se tornou assunto obrigatório para quem assiste TV. Algo que precisa ser visto, compartilhado. Num mundo cosmopolita onde imagem é tudo, empresas gastam cifras astronômicas para estampar o rosto de alguma personalidade, filmar algum momento emocionante, criar propaganda que fixe uma marca, um conceito, Barboza presenteou o esporte com seu nocaute. Violência e beleza poucas vezes caminharam tão juntas. Tão inegável a brutalidade do impacto, o perigo para o adversário, quando o fantástico do ato. Tão bom, tão fora do que é comum, tão importante para fazer nosso dia a dia mais divertido, que quase força a quem vê virar fã. Quase não dá opção para quem assiste senão querer ver mais.

Etim vai continuar por aí, e fora os fãs mais aficcionados, a maioria não saberá de seu paradeiro. Barboza vai trilar um caminho mais brilhante. Guillard ou Siver já lhe garantiriam cheque de luta da noite.

Erick Silva VS Carlo Prater

Não tenho memória de nenhum lutador que tenha evoluído tanto entre suas lutas em eventos menores para sua estréia no UFC como Erick Silva. De bom e promissor lutador para fantástico em dois combates. Entrou e venceu Carlo Prater em segundos. Se alguns atletas estão sintonizados em FM ou AM, Erick zoa o sinal em rádio pirata. Simplesmente está numa freqüência diferente dos que vem enfrentando. Independente do que o juiz Mario Yamazaki ou os cartéis por aí contarem, Erick venceu essa luta. E se os fatos apontarem para o contrário, azar dos fatos.

Carlo Prater está nessa carreira faz um bom tempo e ninguém sabe porque é um mediano. Entrou, fez o que pode, deu uma de coitado alegando ter sido duramente alvejado na cabeça e levou uma vitória técnica pra casa. Que se dê por satisfeito porque não virão muitas outras e vai poder contar para seus netos que um dia venceu um dos grandes. Só não vai poder mostrar o vídeo da luta.

Não acho que tenha que haver leniência com atletas brasileiros ou famosos, acho que tem que haver justiça. Se Belfort pode acertar diretos na nuca de Franklyn e Akiyama, Guillard na nuca de Miller, Dan Henderson na nuca de Fedor, por que Erick foi punido por um cascudo? Ou pode, ou não pode. Ou qualquer golpe na área, automaticamente para a luta, ou tem que ser usado do bom senso. E o bom senso deveria ter feito o experiente Yamasaki nem ter tomado essa decisão. Numa saraivada de milhares de socos, onde o adversário já tinha entregue a vitória, interromper o momento e perguntar para o atingido se ele está em condições de continuar é um erro amador. O mesmo Yamasaki que no primeiro UFC Rio deixou Banha levar diretos no rosto até quase ter perda irreversível de células nervosas. Lastimável. Não é sempre que surge uma estrela assim, dessa maneira, diante de sua nação. Yamazaki surrupiou fã, país e lutador desse prazer genuíno.

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