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segunda-feira, 12 de julho de 2010

ANÁLISE - DREAM 15: Aoki VS Kawajiri


É fato que a maioria dos grandes lutadores da atualidade tem contrato com o UFC, mas também é verdade que vários grandes atletas ainda não têm. Nesse fim de semana vimos quatro dos maiores nomes do MMA em ação, lá do outro lado do mundo para quem mora na América.

Existia um Shinya Aoki que vimos em suas primeiras 22 lutas e outro que vimos contra Gilbert Melendez pelo cinturão Strikeforce. Um era o lutador com as finalizações mais agressivas e criativas do MMA. Um atleta que fazia de chaves e torções violência contra o corpo do adversário como outros só faziam com socos e chutes. O outro, contra Melendez, era lento, acuado, reticente e não tentou um só ataque em 25 minutos. Teria sido essa luta um marco na mudança de rumo em sua carreira ou um lapso? A vitória fácil sobre o incrível Tatsuya Kawajiri mostra que é a segunda opção. Kawajiri, com vitórias sobre Gesias, Buscapé, Azeredo, Hansen e Shaolin, é um dos mais dinâmicos e fortes atletas até 70. Solidificado no top 10 da categoria há anos, não foi páreo para suas finalizações sanguinárias. Kawajiri é famoso pela sua resistência física e relutância em bater em chaves e Aoki percebeu isso rapidamente. Uma torção ou um ligamento rompido não iriam pará-lo, então serviu um banquete de finalizações com o prato principal que já vimos algumas vezes, ossos quebrados. Kawajiri bateu ao perceber seus ossos do tornozelo estilhaçando e Aoki, mais uma vez reinou supremo. Uma revanche contra o campeão do Strikeforce, no Japão, seria um sonho de luta. Mas, Melendez, que ao final de sua vitória sobre Aoki, declarou que lhe daria a revanche quando quisesse, se pronunciou nesse semana afirmando que não pretende mais enfrentar o campeão do Dream tão cedo. Por que será?

Gesias Cavalcante parece ainda não ter se recuperado mentalmente da derrota para Shinya Aoki em 2008. O japonês interrompeu uma seqüência de 14 lutas sem perder do brasileiro com uma vitória unânime que o deixou sem rumo. Menos pela derrota em si e mais por ter sido vencido em seu próprio jogo, no jiu-jítsu. Depois disso teve mais um insucesso em 2009 e veio para 2010 tentando re-engatilhar sua carreira. Infelizmente, para seus fãs, o máximo que conseguiu foi uma vitória por decisão dividida sobre o apenas competente Katsunori Kikuno. Se JZ quer recapturar seu merecido lugar entre o top 10 da categoria leve tem que voltar a lutar com freqüência, e, principalmente, melhor. Bem melhor.

Gegard Mousasi tinha uma missão. Vencer a luta de modo a apagar a má impressão de sua derrota apagada para Mo Lawall pelo cinturão do meio pesado do Strikeforce. Considerado por muitos como um dos três melhores lutadores do peso, uma vitória sobre o fraco Jake O'Brien era obrigação. Como um biscoitinho que não mata a fome mas ajuda a esperarmos até a hora do jantar. Finalizou na marca dos 30 segundos e agora espera, torço para isso, por desafios a altura. Também torço para que ele mostre mais do talento que o fez tão aclamado contra o próximo adversário que lhe imponha alguma resistência.

TWITTER: @nicoanfarri

3 comentários:

  1. Obrigado Rico. Continue comentando e dando sua opinião.

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  2. Primeiramente, meus parabéns pelo blog, está fazendo um ótimo trabalho. Gostaria somente de fazer uma mini crítica a este sobre o DREAM, tudo certo sobre Aoki e Kawajiri e mais certo ainda sobre Mousassi. Agora em relação ao Gesias, vale frizar que o Aoki não o venceu em seu próprio jogo, Aoki venceu Gesias no seu jogo, não no jogo do Gesias. JZ é oriundo da luta livre, treina atualmente na ATT, mas seu jogo não tem um enfoque na luta de solo. Ele é mais um híbrido da era moderna que nocauteia e finaliza, porém quando está no chão prefere dar golpes a passar a guarda.

    Abraços

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